segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Como começou a minha jornada para o minimalismo / How I have started my way to the minimalism


simplicidade2.jpg

Esta publicação é uma réplica do que foi publicado no meu blog http://cisnebranco.blogs.sapo.pt.

Em 2016 eu tomei conhecimento de uma forma de vida designada de minimalismo. Chamo "forma de vida", porque não tenho outro nome para dar a esta forma de pensamento, atitudes, política de vida, ideologia.
O conceito vem daquilo que o próprio nome indica: minimalizar / minimizar aquilo que for possível, tentar minimizar a utilização, gestão, consumo, exposição, visão. Reduzir aquilo que não é essencial, ficando apenas com o que é mais importante.
Algumas pessoas poderão associar este conceito a um espaço vazio, brancos e pretos, não ter quase nada, ou contar os objetos que se tem. Mas não tem nada que ver com isso.
No meu caso, o minimalismo surgiu para me "salvar", num momento momento em que eu estava a sentir-me sufocada com a confusão, e soterrada em trabalho que nunca mais acabava. O minimalismo tem me permitido procurar uma vida com mais propósito, tem me trazido mais tranquilidade e confiança no futuro. Estas ideias permitiram-me ver que existe vida para além das limpezas, das roupas para lavar! Existe a possibilidade de vivermos com alegria, com as pessoas que amamos e dando amor em vez de gritos de agonia.
Mas não foi fácil ganhar esta consciência! Por isso vou partilhar a minha pequena história.
Eu sou casada, tenho 2 filhas, uma de 12 anos e outra de 15 anos. Trabalho numa empresa e, como a maioria das mães com família, trabalho em casa nos fins de dia e aos fins de semana. Eu sempre me considerei uma pessoa organizada e que gosta de manter uma casa bem arrumada. Durante muito tempo eu fui conseguindo manter a minha casa arrumada e as coisas organizadas. No entanto, nos últimos 2 ou 3 anos o meu trabalho aumentou muito na empresa e eu fui chegando cada vez mais tarde a casa; e o meu trabalho em casa não reduziu: pelo contrário - parece que as minhas filhas se habituaram a que fosse sempre eu a fazer tudo em casa (eu também queria as coisas bem feitas e preferia fazer do que mandar fazer... de alguma forma estou sofrendo as consequências deste meu (mau) feitio...). Eu fiquei sem a minha ajudante semanal (ela ficou doente) e a minha cabeça começou a ficar transtornada com tanta desorganização em casa. Se eu não retirasse a roupa suja da casa de banho, ela amontoava-se durante 2 ou 3 dias, e nunca ía para o cesto da roupa suja, perto da máquina de lavar roupa. As roupas retiradas dos armários amontoavam-se em cima da cama das minhas filhas. A roupa amontoava-se para passar. Nos dias de limpeza da casa, as minhas filhas ficavam o dia inteiro a limpar apenas o quarto delas (sempre na brincadeira entre elas). E eu acabava por limpar o meu quarto, casas de banho, sala, cozinha e as varandas. Logo depois de limpar a casa, aquilo que elas retiravam do lugar não voltava para o sítio. Ficava no primeiro local - em cima de uma mesa ou de um móvel. Ou seja, sempre fora do sítio correto. Eu deitava-me constantemente tarde e levantava-me cedo - dormia cerca de 5h / noite. Estava sendo muito difícil manter a boa disposição e aguentar todo o trabalho em cima de mim. Eu explodia com qualquer coisa, estava sempre mal humorada, gritava quando via tudo desorganizado em casa e, às vezes, parecia uma louca! Eu cheguei a agarrar o monte de roupa da cama das minhas filhas e atirei varanda fora! Elas foram a correr buscar tudo o que estava espalhado lá em baixo no chão. Eu só queria desparacer com a bagunça, com a desorganização. E se as coisas desaparecessem, ficava tudo arrumado. Mas eu não tive essa consciência logo nessa altura. Quando eu ficava irritada, eu ía para o shopping fazer compras! Entrar nas lojas, experimentar roupa e comprar aliviava o meu stress! Mas depois, quando eu chegava em casa, eu já não tinha onde guardar tanta roupa e a agonia voltava! Eu achava que precisava de uma casa maior! Assim podia comprar mais! Eu estava à beira da loucura, quando, numa das minhas idas ao shopping, entrei numa livraria e fui vendo os títulos dos livros (para ver os que iria comprar - mais coisas em casa!!!). Foi então que eu vi um que se intitulava: "Arrume a Sua Casa, Arrume a Sua Vida". Eu pensei: é disso que eu preciso! Hesitei nesse dia, mas acabei por comprar. Na verdade, o livro é de uma autora japonesa Marie Kondo e o título em inglês é "The Life-Changing Magic of Tidying Up". Foi com esse livro que eu tomei consciência de que não é possível organizar nada quando temos coisas em demasia. Como eu digo agora: não é possível organizar tralha. Precisamos de destralhar primeiro, e só depois conseguimos organizar. Mas eu não gostei nem apliquei imediatamente as ideias do livro. Achei-o muito radical: "não era para mim". Mas aquilo que eu tinha lido parecia martelar na minha cabeça. Fui reler algumas passagens e fui procurando sites que falavam sobre organização. Acabei passando pelo Youtube. Vi vídeos e mais vídeos de organização, até que, num dos vídeos do canal da Daniella Goracci ela apresentou o conceito de minimalismo. Eu juntei as duas coisas: os conceitos da Marie Kondo e o minimalismo e parece que se fez luz: eu precisava minimizar a minha casa para poder finalmente conseguir organizar o que era verdadeiramente importante. Não é fácil seguir esse caminho. Temos que ir contra muitas ideias que nos ensinaram e com que vivémos durante muitos anos. Mas tem valido a pena!
Estou a pensar em fazer alguns posts sobre o minimalismo: partilhar a minha caminhada e fazer as pessoas pensarem sobre o que têm em casa. Tenho doado muitas coisas e isso tem-me feito sentir muito bem! Dou a quem precisa e alivio o meu stress doméstico! É uma sensação de liberdade cada vez maior. É uma caminho para a tranquilidade. Mas eu ainda não estou nem a meio dessa minha jornada! Ainda tenho muito para fazer!
Se tiverem algumas ideias ou vivências que queiram partilhar, deixem os vossos links e comentários!
Obrigada por estarem a ler!
Sejam muito felizes!

simplicidade.jpg
This post is a replica of what has been published in my blog http://cisnebranco.blogs.sapo.pt.

In 2016 I became aware of a way of life called minimalism. I call it the "way of life," because I have no other way to name this form of thinking, attitudes, life politics, ideology.
The concept comes from what the name implies: minimize whatever is possible, try to minimize the use, management, consumption, exposure, vision.
Reduce what is not essential, only keeping the most important.
Some people may associate this concept with an empty space, black and white, have almost nothing, or count the objects that one has.
But it has nothing to do with it.
In my case, minimalism came to save me, at a moment when I was feeling suffocated by the confusion, and drowned in work that never ended. Minimalism has allowed me to seek a life with more purpose, has brought me more tranquility and confidence in the future. These ideas have allowed me to see that there is life beyond the cleaning and the laundry!
There is a possibility of living with joy, with the people we love and giving love instead of yells of agony.
But it was not easy to gain this awareness!
So I'm going to share my little story.
I am married, I have 2 daughters, one of 12 years and one of 15 years. I work in a company and, like most mothers with a family, I work at home at the end of the day and on the weekends. I have always considered myself an organized person keeping a tidy house. For a long time I have managed to keep my house tidy and things organized. However, in the last 2 or 3 years my work has increased a lot in the company which made me arrive later and later; and my work at home has not reduced: on the opposite - it seems that my daughters got used to it, since I was always doing everything at home (I also wanted things well done and I would rather do than request someone to do it... somehow I am suffering the consequences of my (bad) ideology ...). My weekly helper has also left (she got sick) and my head started to get upset with so much clutter at home. If I did not remove the laundry from the bathroom, it would pile up for two or three days, and never go to the laundry basket near the washing machine. The clothes removed from the cabinets were piled on my daughters' bed. Clothes were piled up to iron. On the hause cleaning days, my daughters could only clean their room, and this task took the whole day (always playing with each other). And I ended up cleaning my room, bathrooms, living room, kitchen and balconies. Soon after cleaning the house, the objects removed from cupboards were not returned to the right place. They were placed in the first empty area - on a table or  any other furniture. Meaning: always spread over the house. I was going to bed always late and getting up early - I slept about 5 hours per night. I was having a hard time to keep a good mood and holding all the work over me. I exploded with anything, I was always in a bad mood, I yelled when I saw everything disorganized in my house, and some times I behaved like crazy! Once I grabed a pile of clothes from my daughters' bed and threw from the balcony out! They run to get everything that was scattered down there on the ground. I just wanted to let all the mess go away, all the clutter disappeared. And if those things disappeared, everything would be fine. But I have not got that awareness right then. When I got angry, I went shopping to the mall! My stress was relieved by going into the stores, trying on clothes and buying! But later, when I got home, I had nowhere to store so much clothing and the agony came back! I thought I needed a bigger house! Then, I could buy more!
I was on the edge of madness when, in one of my trips to the mall, I went into a bookstore and went to see the books' titles (to see which ones I would buy - more things at home !!!). One book got my attention: "Arrume a sua casa, Arrume a sua vida" (portuguese translation). I thought: that's what I need! I hesitated but I bought it. Actually, it was written by a Japanese author Marie Kondo and the title in English is "The Life-Changing Magic of Tidying Up". With this book I became aware that it is not possible to organize anything when we have too much. As I actually say: it is not possible to organize the clutter. We need to unclutter first, and then we can organize the rest. But I did not like or immediately apply this book's ideas. I found it very radical: "it was not for me". But what I had read seemed to keep hitting my head. I reread some passages and searched for sites that talked about organization. I ended up watching some Youtube channels. I watched several organization videos, until finding one video from Daniella Goracci's channel where she presented the concept of minimalism. I have put the two concepts together: the concepts of Marie Kondo together with minimalism  made a lot of sense: I needed to minimize my house in order to finally be able to organize what was truly important. It is not easy to follow this path. We have to go against many ideas that we have been taught and lived with for many years. But it has been worth it!

I'm thinking of doing a few posts about minimalism: sharing my story and making people think about what they have at home. I have donated many things and it has made me feel very good! I gave to someone who really needs and it relieves my domestic stress! There is a sense of freedom that is always increasing. It is a path to tranquility. But I'm not even halfway through this journey! I still have a lot to do!

If you have some ideas or experiences that you want to share, leave your links and comments!

Thank you for reading!

Be very happy!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Quer comentar?
Do you want to leave a comment?